Sunday, December 28, 2008

Entre les murs



Faz um longo período desde que me sentei aqui. Perdi a barba, ganhei-a outra vez e preparo para lhe dizer adeus novamente. Será tudo ciclos sem evolução? Nos últimos tempos não houve tempo para pensar em filmes e música. Foi uma sequência de eventos que me deram o final de um livro. Alguém morreu como faltava para fechar a última página.

De regresso a Portugal.

A procurar não se sabe bem o quê.



O conteúdo deste filme em nada me surpreendeu. Apenas trouxe à superfície preocupações. Fui vê-lo porque precisava de fazê-lo, isto é, ir ao cinema. Nada como um sábado chuvoso para me sentar no escuro.

Entre les murs, na sala de aula, há medo por detrás da intolerância.
Há uma incapacidade de adaptação do ensino escondida sob as dificuldades culturais dos alunos.
Quando o problema transversal que nos cobre parte nao de cortes orçamentais mas sim de dificuldade em avançar, em mudar, em criar.

Quando o erro que afecta a base das nossas vidas (quem por enquanto primeiro cresce, ainda antes de aprender a crescer) não tem custo numérico mas parte das nossas próprias limitações filosóficas em mostrar a quem ainda não entende o que significa saber.



Realizador: Laurent Cantet

Wednesday, November 5, 2008

Todas as Noites

Nas linhas escritas um ano atrás apareceram os sonhos sob a forma de uma curiosidade.
Acho que sempre gostei do inexplicável, da fantasia e místico, é claro que esses elementos sempre bateram de frente no muro de uma rígida racionalidade. Talvez certas partes de mim tenham ficado orfas deste muro.
Seja na procura de uma maneira de viver um filme como quem sonha um sonho, vívido.
Seja na tentativa de aprender a cura que vai contra tudo o que me é concebível.

Acho piada ao atempado subconscicente.
Quando do seu saco de truques traz a descoberto reflexos datados.
Quando dos nossos ternos segredos, baralha e volta a dar.

Hoje sonhei outra vez.
Ontem também sonhei.
Nao me lembro do último dia sem sonhos e nao me lembro dos sonhos do último dia.
Hoje lembro-me que sonhei com A C
Doce imaginacao repetida.





(Estou a a tentar dar uma dica ao meu subconsciente para incluir uma banda sonora na proxima aventura onírica)

Thursday, October 30, 2008

Black Book

Fiquei surpreso com a qualidade, procurei o realizador e fiquei literalmente parvo.

Seja em que formato, sao infindáveis as histórias passadas durante e sobre os eventos da Segunda Guerra Mundial e suas circunstancias. Inesgotáveis diria, tal como uma vil natureza humana cheia de bondade.

"In the Nazi-occupied Netherlands during World War II, a Jewish singer infiltrates the regional Gestapo headquarters for the Dutch resistance."


Realizador: Paul Verhoeven

Depois de Der Untergang, The Pianist e Schindler's List, ainda havia espaco.

Wednesday, October 29, 2008

4am

Photobucket

o que posso ter de repetido sao os actos, mas nunca o conteúdo que vivo neles.
Porque no tempo, todo um segundo acaba sempre por ser um primeiro.

Sunday, October 19, 2008

25 minutos - Music for Music hatters

Desligar o telemóvel por 25 minutos.
Esquecer o tempo e as confusoes, o que nos tirou o sono ontem de noite.
Nao pensar no que é preciso fazer e falta aqui e acoli para sermos aquilo que queremos ou que pensamos que devemos ser.
Garantir um pequeno espaco de solidao sorridente.
Fechar as janelas do nosso quarto ou abrir os olhos para um qualquer horizonte.
Ter silencio para aproveitar.
Ver árvores ou fechar os olhos para as ver.
Aproveitar.
Carregando no play.



1. Elbow - The Bones of You
2. Andrew Bird - Imitosis
3. I Am Kloot - Avenue of Hope
4. Cold War Kids - Hospital Beds
5. Lightspeed Champion - Heart in a Cage

Nota: por o site ainda estar em desenvolvimento, ainda há erros na organizacao das playlists. Assim, esta leva um bonus no final no caso de as músicas anteriores terem levado a uma breve soneca.

Tuesday, October 14, 2008

Arvo Pärt



Nunca fui ávido ouvinte de música clássica, talvez em parte pelo facto de a ter sido obrigado a estudar diariamente. Nao é uma questao de gosto mas, quando chega ao momento de seleccao, sao poucas as faixas deste género que acabam em rotacao máxima. Isto leva a que nos imensos raides realizados em procura de algo novo para se ouvir (novo para o ouvido próprio, entenda-se), a música clássica nao acompanha.
Julgo que foi num filme, num trailer, algo me chamou `a atencao.
Acabou por ficar.
Óptimo no escuro ou em paisagens abertas.

"Arvo Pärt (born 11 September 1935 in Paide) is an Estonian composer, often identified with the school of minimalism and more specifically, that of “holy minimalism” or “sacred minimalism”. He is considered a pioneer of this style, along with contemporaries Henryk Górecki and John Tavener.

In these days Arvo Pärt is best known for his choral works, which he started to produce in the 80s, after his emigration from former Soviet Union to Germany, Berlin. Before that he had written his most recognized works from the 70s - Fratres (premiered by Gidon Kremer in version for violin and piano."


Fur Alina



Tabula Rasa

Acompanhado de danca contemporanea. Um dos primeiros momentos culturais que preciso de reavivar quando regressar a Lisboa.

Tuesday, October 7, 2008

The Walkmen



Vou dormir. Acho que já sao horas de acabar com isto.


Vou pensar em pianos a ver se sonho com eles.


Saudades.







"The Walkmen are five New Yorkers who have played rock music since they were 10 years old. All five originally hail from Washington, D.C. where they attended the same high school and played in several bands. Over the years, and in their many ensembles, they’ve experimented with punk, noise, a lot of “garage” sounds, ska, and rock. The lineup was complete by the summer of 2000. Over the course of the next year the band sedulously wrote and recorded late in the evenings after work. It was hot in the summer and cold in the winter. While adjusting to their new space and equipment, the band engaged in much experimentation with sound.

Their first show took place at Joe’s Pub in the East Village in September of 2000. Onto the tiny stage the band lugged an upright piano, a bass cabinet that was taller than the bass player, three amplifiers, an organ, a lap steel, two tape machines, three guitars, and a set of drums. The show was a great success, so they decided to stick together."

The Rat


We've Been Had

Monday, October 6, 2008

Chromatics

Esta última semana foi diferente. Sem ondas. Com algumas ameacas de tempestade mas , no fim de contas, apenas um leve vento que manteve as nuvens `a distancia.

Voltei a desaparecer uma noite destas.
Vou esconder-me dela e dos balcoes que

m de maos dadas, sobretudo porque nao quero voltar a cuspir sangue.

Parece que a calmia pode ser igualmente perigosa.

"Chromatics, antigamente grafado KRMTX, eram originalmente um quarteto de Seattle, Estados Unidos. Formado em 2002 por Adam Miller (vocais), Hannah Blilie (bateria), Devin Welch (guitarra) e Michelle Nolan (baixo), suas influências musicais eram o indie e o pós-punk. Em 2005, após assinarem com a gravadora Troubleman Unlimited, mudaram drasticamente de estilo musical, transperecendo maiores influências eletrônicas e uma atitute menos visceral."



I Want Your Love (not official video)



Running Up That Hill (cover)

Nunca me esqueci desta música, desde meia-leca.

Tuesday, September 30, 2008

Inconfessáveis


Há muitas perguntas que podemos fazer que nunca terao resposta.
Há muitas perguntas que faremos a outros em cuja verdade nao estará na resposta, por muito que esta inclua a palavra honesta.
Há muitas verdades que nao podem ser assumidas em determinados momentos por levarem ao desmorono do nosso modo de vida.
Há claramente um limite `a honestidade, a sobrevivencia própria, o nosso egoísmo.
Aquilo com o qual por vezes nao contamos é que nos desvendem o silencio e nos vejam além das cortinas que constantemente corremos para sair dos olhares alheios.
Quanto maior a posicao de fragilidade que nos é ameacada de exposicao, mais espessa será a barreira que erigimos. Quanto maior essa barreira mais claros nos tornamos aos olhos dos outros porque, do nada, criamos um exército para defender aquilo que antes dizíamos nao ter valor.
A claridade é total quando vemos alguém a agir de uma maneira que reconhecemos a nós mesmos. Quando nos roubam as palavras, nos repetem as atitudes e nos se assemelham, confundindo a honestidade com abstraccoes em que nos perdemos sem mapa.

Nao há aqui juízo de valor. Todos nós o fazemos.

Mas quando vemos as coisas nestes termos, quando chegamos ao momento em que estamos perante o espelho, torna-se impossível fechar os olhos. Depois daquele primeiro reflexo cabe-nos a nós inverter as posicoes, tomando nós a defesa do nosso egoísmo, como quem vira as crueldades do avesso.

Nessa altura pergunta-se, de que te serve uma parede para te proteger de mim quando eu já nao te esperar do lado de cá?

Saturday, September 27, 2008

Afins

Só existe um sítio antes de tudo.

Nao quero chocolate, prefiro um amigo imaginário, conversador q.b.

Há qualquer coisa de especial em aprender-se a viver enquanto se danca.

Os tons de inverno tornam a instabilidade teatral e alongam o pensamento.

A companhia de estranhos e uma garrafa que te trata por tu.

Procura-se uma cidade para chamar casa.

Uma época a "um" num espaco de potenciais "dois".

Descobre-se a celeridade das emocoes e as razoes da preocupacao dos outros.

Um comeco que cravou em mim o padrao.

Faz-se planos por fazer, engole-se o orgulho em silencio e finge-se a brandura das emocoes, porque, valha-nos alguém, nao vao os outros assustar-se connosco. Para isso já chegamos nós próprios.



Parece que a calmia era apenas remissao.

Uma sangria por favor e um copo apenas.


Another Year

Para ti, M.


"I tried to fall in it again
My friends took bets and disappeared
They mime their sighing violins
I think I'll wait another year

I want my chest pressed to your chest
My nervous systems interfere
Ten or eleven months at best
I think I'll wait another year

This weather turns my tricks to rust
I am a lousy engineer
The winter makes things hard enough
I think I'll wait another year

Plus I'm only 26 years old
My grandma died in '83
That's lots of time if I don't smoke
I think I'll wait another year

I'm not as callous as you think
I barely breathe when you are near
It's not as bad when I don't drink
I think I'll wait another year

I have my new Bill Hicks CD
I have my friends and my career
I'm getting smaller by degrees
You said you'd help me disappear
But that could take forever
I think I'll wait another year

It'll be the best year ever
I think I'll wait another year
Can't we just wait together
You bring the smokes
I'll bring the beer
I think I'll wait another year"

Friday, September 26, 2008

Estou a deslizar


Em que momento do processo de ficar louco será que primeiro tomarei consciencia do que me acontece?
Será que é quando levar as maos `a cabeca?
Será quando nao conseguir passar tempo sozinho?
Nao devia ser o oposto?
Acho que há um ano que os dois hemisférios do meu cérebro tem uma longa conversa.
No meio de tudo, quando chegam perto de uma resposta, acabam sempre por beber um copo a mais.
Cai o castelo de cartas, fica por terra.
Assim inventei uma resposta.
Agora espero que ela me coma aos bocadinhos e me cuspa no fim.
Nao presto.

Aqui onde vivo, escondido na natureza, os psiquiatras sao de graca. Servico social. É a segunda vez que me lembro disto no espaco de uma semana. Curioso.

Crash N' Burn

























É irónico como assim, de maos dadas, fui eu que me perdi no óbvio e foi eu que me esqueci de crédito onde ele nao era devido.
Posso passar 3 dias sem dormir?
Parece que nao.
Nao há verdadeiro espinho com aquele que se crava em proximidade.
Resta correr no escuro, porque ninguém corre por nós, ou connosco já agora.

Nao importa as horas a que se esquecem de ti.

E rir-me de mim é um sinal de demencia.

Wednesday, September 24, 2008

Em branco

Photobucket

Sentado sob a copa, olho para cima.
Vejo um ramo que se mostra.
Para que me serves tu, ramo?

De olhos neste rio, andado pela beira,
descubro uma linha de um falso fim.
Para que me serves tu, horizonte?

Voltado de costas para o resto, em ensimesmado balcao.
Perco tempo no fundo de um vaso.
Afinal qual é a tua solucao, líquido?

Esquecido no escuro, debato-me com os projectos que acabam por nao ser.
Escondido na confusao de cadeiras vazias pergunto-me
Para que me serves tu, cinema?

Bailando enquanto tudo mais se amorfa num sofá.
Pintando os dia e determinando disposicoes.
Por que te abro sempre a porta só a ti, música?

Vendo-me rodeado de faces, expressoes sem profundidade, natureza morta.
Ouvindo conversas a preto e branco, enquanto se finge pertencer a este espaco entre os ombros.
Para que preciso de ti, eu?

Porque estou sem bolsos para ódio e nao sei mais onde o jogar.



"I stand on the cliffs with my son next to me
This island our prison, our home
And everyday we look out at the sea
This place is all he's ever known

"But I've got a plan," He sung
Wax and some string, some feathers I stole from a bird
We leap from the cliff and we hear the wind sing a song thats too perfect for words

But son, please keep a steady wing
And know your the only one that means anything to me
Steer clear of the sun, or you'll find yourself in the sea

Now safely away, I let out a cry
"We'll make the mainland by noon"
But Icarus climbs higher still in the sky
Maybe I've spoken too soon

But son, please keep a steady wing
And know your the only one that means anything to me
Steer clear of the sun, or you'll find yourself in the sea
Wont you look at your wings
They're coming undone
They're splitting at the seams
Steer clear of the sun, for once wont you listen to me?

Oh God!
Why is this happening to me?
All I wanted was new life for my son to grow up free
And now you took the only thing that meant anything to me
I'll never fly again, I'll hang up my wings
Oh God!
Why is this happening to me?
All I wanted was new life for my son to grow up free
And now you took the only thing that meant anything to me
I'll never fly again, I'll hang up my wings
Oh God!"

Monday, September 22, 2008

Amanda Palmer






Foi uma surpresa. De rompante
Ouvida até `a exaustao.

Os dias mudam assim, de tal modo que se torna assustador.
Até certo ponto tinha razao.
Um único pequeno ponto na paisagem, vermelho. Vai pairando sem preocupacoes.


"Amanda Palmer is the singer and pianist of The Dresden Dolls. Born in 1976, she grew up in
Lexington, Massachusetts and received her B.A. from Wesleyan University. She attended Lexington High School, where she was very involved in the drama department.

In the 2005 WNFX/Boston Phoenix Best Music Poll, Amanda Palmer won Best Female Vocalist.
Her solo album entitled “Who killed Amanda Palmer” is due out in September 2008."


Astronaut


Strengh Through Music

Tasogare Seibei - The Twilight Samurai


"Na nova era de Meiji, muitos homens que tinham trabalhado com o meu pai,ascenderam a posicoes de grande autoridade.
Frequentemente os escutei dizer, aquele Twilight Seibei era um homem azarado.
Mas eu nao concordo.
O meu pai nao tinha nenhum desejo de subir no mundo e nao penso que se considerasse azarado.
Ele amava as suas filhas e depois a bela Tomoe amou-o a ele. Penso que a sua vida foi curta mas cheia.
Sinto orgulho de ter tido um pai assim."


Nao tenho como nao compreender se, no fim de contas, comungo apenas da mesma filosofia.


"Seibei Iguchi, a low-ranking samurai, leads a life without glory as a bureaucrat in the mid-XIX century Japan. A widower, he has charge of two daughters (whom he adores) and a senile mother; he must therefore work in the fields and accept piecework to make ends meet."


Director: Yôji Yamada

Thursday, September 18, 2008

Coleccao de sorrisos

Aceitam-se doacoes.

Photobucket


Photobucket

Photobucket


Photobucket


Photobucket


Photobucket


Photobucket


Photobucket

Izgnanie - The Banishment




Alex, Mark, Viktor, Robert, Vera...









Entretanto acordei.
Descobri que dirijo palavras a quem nao ouve e outros ouvindo, pensando que me dirijo a eles.
Propositadamente falo para a parede. Nao para obter respostas a crédito mas para me livrar das palavras.

Porque razao interessa o que digo.
Onde está o palco que, para ti, preciso de representar.
Onde nao me chega nao ser eu, queixar-me por isso e nao saber onde o 'eu' anda.



No fim de contas, eu agirei do mesmo modo, independentemente.
Há algo aqui estranhamente próximo.


"A trip to the pastoral countryside reveals a dark, sinister reality for a family from the city."


Director: Andrei Zvyagintsev

"If you want to kill, kill. If you want to forgive, forgive."

Tuesday, September 16, 2008

Paris


Formou-se um padrao cinematográfico. Nada de assustador. No fim de contas, ao longo deste padrao, eu vou ocupando o meu tempo, de bom grado.

Nao sei se seria capaz de viver em Paris, mas as minhas fantasias regressam a ela quando fecho os olhos. Acaba por ser adequado, foi lá que muitas delas nasceram e onde algumas tiveram lugar.

Gostava de rever-te agora sentado, ao teu lado, no escuro de S. Jorge, fazendo deste longe mais perto.

O regresso `a Festa do Cinema Frances.

"Pierre, a professional dancer, suffers from a serious heart disease. While he is waiting for a transplant which may (or may not) save his life, he has nothing better to do than look at the people around him, from the balcony of his Paris apartment. When Elise, his sister with three kids and no husband, moves in to his place to care for him, Pierre does not change his new habits. And instead of dancing himself, it is Paris and the Parisians who dance before his eyes."


Director: Cédric Klapisch

Comeco a perceber a dificuldade de partilhar, de facto, um filme a dois. No mesmo comprimento de onda.

Sunday, September 14, 2008

Por agora

Assim se fez um mes. Agosto. Com números na cabeca e muitas tentativas.

Photobucket
Paraíso numa redoma artificial.



Photobucket
Lan


Photobucket
Devir


Photobucket
Sobre asas.


Photobucket
Entretantos.


Photobucket
`A espera.


Photobucket
Domingo.


Photobucket
As minhas quatro.


Photobucket



Photobucket



Photobucket
Neo-vaca.


Photobucket
Simbologia



Dans Paris






Acabei de ver este filme. Fiquei em silencio. Falar comigo próprio nao faz o meu género e a minha companhia eram apenas paredes e a ocasional aranha.





Acabei de ver o filme e nao resisti a dar alguma coisa dele a uma amiga cuja ligacao ao frances ainda é maior do que a minha. Se, para ela, foi e volta a ser vida, para mim resume-se a gosto e afinidades, bem, família também, que nao me esqueca.




Acabei de ver o filme. Ela declarou: "Nao sabia que um homem também podia sofrer por amor?".
Admito que fiquei perplexo. De tal maneira que só fui capaz de rir. Rir.
Achei-a desligada da realidade.
Até que me lembrei de outros dias.
Nao devia ter rido.
Será possível que este pensamento seja comum?
Espero que nao.
As idiossincracias sempre foram mais esbatidas do que se julga.
Onde cabe entao a diferenca? Nas palavras, nos olhos e nos ombros.



"Anna has just left Paul who, annihilated by the separation, moves back with his father in Paris. His younger brother Jonathan, a casual student, still lives in his father's apartment and spends most of his time womanizing and fooling around."



Ode (sem legendas, tal como a vida)


Director: Cristophe Honoré

Friday, September 12, 2008

UNKLE




























Tudo nao passa de um Déjà vu equivocado
.
Encontros feitos em modo sonho, perdidos nos meses.
Cafés tomados em túneis sub-aquáticos,
em que as palavras já mudaram de som quando chegam ao destino.
Se calhar chegam ao destino errado.
De um modo estranho, faltam talvez as rotinas a enrolar o embraco, para o tornar mais real.
Quando os dias sao pesados, o leve da companhia ganha entao o devido valor.
Ao fim ao cabo, é um sinal de sentido proibído que me fazem as interpretacoes.

Se calhar.

É a terceira vez na minha vida que limpo a casa, pinto as paredes e salto do oitavo andar. Nao vou abdicar disto, por nada. Se calhar ou nao.

Recomecos.

"Unkle ou UNKLE é uma banda inglesa, formada em 1994 pelos amigos James Lavelle e Tim Goldsworthy. Também rotulado como trip-hop, o grupo já teve como integrante DJ Shadow além de outra infinidade de participações de músicos e produtores. Em 2007, com a saída de Richard File o grupo está composto apenas pela dupla James Lavelle e Pablo Clements"


Rabbit In Your Headlights


Reign


Broken



Esta banda já sigo de longa data. Saiu mais um albúm (um pouco aquém mas para quem já produziu pecas tao boas...). É recuperar outros dias através de nova música.

Ida Maria



Tudo muda sem nada mudar. Nao se engane quem ache, eu nao faco a minima ideia do que estou a fazer.







Os gosto sao empurrados para os lados. Tornam-se abrangentes a medida que me perco um pouco em mim. Descobri nem sei o que, até pode ser uma caixa vazia. Se o vazio nos fizer bem, porque nao? Nao receber nada é também receber algo. Quando nao há datas para cartas nem destino para os desejos. Quando nos perdem o código postal e mesmo assim podemos sorrir. Quando o carteiro chegar será a altura em que o nao se espera e saberá ainda melhor.

Acho que nao estou a perder a cabeca e acho que é o melhor que me cabe. O que quero é neve. Neve. Neve!


"Ida Maria Børli Sivertsen, (born 13 July 1984) is a Norwegian rock musician known primarily by the stage name Ida Maria. She was born and raised in the small town of Nesna in Nordland county, Norway, but she currently lives in Stockholm, Sweden. She gained considerable success in Norway in 2007 after winning two national competitions for unknown artists (Zoom urørt 2006 and Urørtkonkurransen 2007) and playing very successful shows at the annual Norwegian music industry festival By:Larm 2007 and 2008. Her singles "Oh My God" and "Stella" were both played regularly on Norwegian national radio station NRK P3. She has later expanded her popularity outside of her native country, namely in the United Kingdom, where she has appeared on Later... with Jools Holland, interviewed by The Times and performed at Glastonbury Festival. Sivertsen is reported to have the neurological phenomenon of synesthesia, which means she sees colours when she hears music."


Queen Of The World


Oh My God

Tuesday, September 9, 2008

O enrolar de um ano e um começo adiado



Gosto mesmo de como trabalha a memória. Se por por vezes me deixa em apuros pela descricionariedade com que trabalha, por outras vezes dá-me detalhes que de outro modo ficariam perdidos. Sejam imagens de pessoas e momentos, conversas a dois que pareciam condenadas às cinzas.

Esquecer.

nomes
aniversários
encontros
consultas
exames

Enquanto não nos esquecermos de viver, acho que estamos todos muito bem.

Tenho ultimamente visto o meu reflexo nos olhos dos outros e não posso dizer que estou muito agradado. Percebo que é tudo muito relativo, sobretudo quando pessoas diferentes reflectem coisas diferentes, mas há caracterizações e caracterizações. As palavras podem fugir para onde as deixarmos ou para onde as empurrarmos. Ser mau pode ser bom, vice-versa. Não estou contente com isso, sobretudo quando no fim de contas não vai além das visões redutoras que usamos para encaixar os outros no nosso mundo. Eu sou bom e mau, simpático e bicho do mato e por aí em diante. Desconfiarei primeiro de quem achar que todas as coisas não andam aos pares.

Importante é o facto de, ouvindo e compondo música tendencialmente melancólica ou triste eu sinto-me muito mais feliz, sem precisar de andar de sorriso rasgado na rua. Não há razão para me esconder desse modo. Aliás, é o melhor filtro de todos.


Música que me acompanhou em 2007. Geradora de muitos sorrisos, por estranho que pareça.

The National - About today



Cold War Kids - Hospital Beds



Beirut - Nantes



Band of Horses - The Funeral


Perguntas sérias.
Guardei o "sim" que está atrás da cortina.
Há respostas honestas para os momentos errados.
Nos dias em que é preciso ocultar intenções e não dizer o que realmente se quer.