Tuesday, September 9, 2008

O enrolar de um ano e um começo adiado



Gosto mesmo de como trabalha a memória. Se por por vezes me deixa em apuros pela descricionariedade com que trabalha, por outras vezes dá-me detalhes que de outro modo ficariam perdidos. Sejam imagens de pessoas e momentos, conversas a dois que pareciam condenadas às cinzas.

Esquecer.

nomes
aniversários
encontros
consultas
exames

Enquanto não nos esquecermos de viver, acho que estamos todos muito bem.

Tenho ultimamente visto o meu reflexo nos olhos dos outros e não posso dizer que estou muito agradado. Percebo que é tudo muito relativo, sobretudo quando pessoas diferentes reflectem coisas diferentes, mas há caracterizações e caracterizações. As palavras podem fugir para onde as deixarmos ou para onde as empurrarmos. Ser mau pode ser bom, vice-versa. Não estou contente com isso, sobretudo quando no fim de contas não vai além das visões redutoras que usamos para encaixar os outros no nosso mundo. Eu sou bom e mau, simpático e bicho do mato e por aí em diante. Desconfiarei primeiro de quem achar que todas as coisas não andam aos pares.

Importante é o facto de, ouvindo e compondo música tendencialmente melancólica ou triste eu sinto-me muito mais feliz, sem precisar de andar de sorriso rasgado na rua. Não há razão para me esconder desse modo. Aliás, é o melhor filtro de todos.


Música que me acompanhou em 2007. Geradora de muitos sorrisos, por estranho que pareça.

The National - About today



Cold War Kids - Hospital Beds



Beirut - Nantes



Band of Horses - The Funeral


Perguntas sérias.
Guardei o "sim" que está atrás da cortina.
Há respostas honestas para os momentos errados.
Nos dias em que é preciso ocultar intenções e não dizer o que realmente se quer.

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